Deputados goianos participaram da Bienal dos Negócios da Agricultura e de discussões sobre temas fundamentais para promover a competitividade do agronegócio na região Centro-Oeste
Os deputados Lissauer Vieira (PSD) e Jean Carlo (PHS), representaram a Assembleia Legislativa de Goiás na Bienal dos Negócios da Agricultura Brasil Central, realizada nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, em Campo Grande – MS. Lissauer, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio e Jean, presidente da Comissão Permanente de Agricultura e Pecuária, participaram de palestras e rodas de discussões com lideranças do setor do agronegócio do Centro Oeste brasileiro. As pautas foram dividias em ciência, tecnologia e inovação, climatologia e qualificação profissional.
Para os parlamentares goianos o evento vem de encontro à preocupação da classe produtora do Estado, que está ansiosa com a crise que afeta a economia brasileira e com os rumos que o agronegócio precisa seguir para continuar crescendo. “Estamos passando por uma crise escancarada e o setor produtivo, em especial o agronegócio, é o que vem segurando nossa economia. Mas, até quando vamos segurar o rojão? Precisamos sim discutir o fortalecimento do setor pois o que é bom para a agropecuária com certeza será bom para toda a comunidade”, anotou Lissauer.
O centro-oeste é responsável por 39% da área plantada do país, onde são produzidos 44% da soja e 74% do milho exportados. Números significativos que representam bem a força da região no cenário nacional. “Somos hoje um dos maiores produtores do Brasil e é muito importante a realização de eventos como esse, que nos dá a oportunidade de analisar o que já aconteceu, o que está acontecendo e preparar para o futuro”, disse o deputado, durante o painel apresentado na Bienal sobre o panorama atual no Brasil e os desafios para os setores produtivos.
A Bienal que reuniu quase 2 mil pessoas no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo é realizada a cada dois anos, rotativamente nas capitais dos Estados do Centro-oeste. A primeira ocorreu em Goiânia, a segunda em Cuiabá e agora é a vez da capital sul-mato-grossense. Várias autoridades do setor produtivo estiveram presentes, entre eles o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (FAEG), José Mário Schreiner e o vice-presidente Bartolomeu Braz; o presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Walter Baylão Júnior e o vice-presidente, Luciano Guimarães.
Qualificação
Um dos temas abordados sobre os desafios para o agronegócio foi “Qualificação e Educação Profissionais como fatores de transformação das pessoas e da realidade na Agricultura” e contou com a participação de especialistas como o doutor em Economia e professor universitário, Claudio de Moura Castro; o especialista sênior do OIT/Cintefor – Centro Interamericano para o Desenvolvimento do Conhecimento Profissional da Organização Internacional do Trabalho, Fernando Vargas e o secretário executivo do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Daniel Carrara.
No censo divulgado pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2010, a região Centro-Oeste possuía 14% da população morando na área rural e deste total, apenas 8% estava colocado no grupo economicamente ativo. Os números apontam para outro dado preocupante apontado pelo Inep – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais com base no ano de 2006: 29,8% da população com mais de 15 anos era analfabeta no país, sendo 20% na mesma localidade.
O palestrante Claudio de Moura Castro propôs aos presentes uma viagem histórica na educação profissional global e fez uma analogia aos investimentos na atividade agropecuária. “A formação profissional é semelhante a propriedade rural que investe na compra de maquinários e tecnologia. Sabe que o dinheiro investido vai demorar para apresentar retorno, mas entende que é necessário para aumentar a produtividade e os ganhos futuros”, detalhou.
Para o especialista em Economia, um dos entraves da formação profissional é a oferta desgarrada da demanda, ou seja, oferecer treinamentos sem a garantia que o formando terá mercado de trabalho para atuar. “Os empresários precisam entender que a análise da oferta de formação profissional deve ser econômica, a fim de que o ex-aluno tenha uma colocação no mercado de trabalho”, acrescentou.
Mais lidas
Leia também
redes sociais
siga e participe do nosso trabalho
Apoie a nossas causas, curtindo, comentando e compartilhando nossos conteúdos.