Já faz alguns anos que Rio Verde é destaque no cenário nacional pelas conquistas decorrentes do Agronegócio. Chegar a esse patamar gera inúmeros benefícios para a cidade, mas também implica consequências difíceis que precisam ser encaradas de frente pelo Poder Público. Uma delas é o déficit habitacional devido à falta de planejamento e ações para preparar as pessoas para acompanhar o desenvolvimento da cidade. À medida que aumenta a procura por imóveis, de moradores ou de pessoas que migram para o município, o valor da moradia sobe, enquanto a renda tem permanecido estagnada.
Falta incentivo do Poder Público para que as pessoas tenham condições de acompanhar o crescimento da cidade. Rio Verde tem que acolher seus moradores, focar no desenvolvimento social e evitar que a população tenha que se mudar por não conseguir acompanhar o custo de vida atual.
O déficit habitacional é complexo e exige parcerias para ser solucionado
Sabemos que problemas envolvendo o déficit habitacional fazem parte do contexto de toda cidade em crescimento e com muitas oportunidades, mas um ponto indiscutível para atenuar essa questão são as parcerias que precisam ser firmadas com os governos estadual, federal e iniciativa privada.
Uma gestão que trabalha de forma isolada, seja por falta de articulação ou habilidade política, ou mesmo pelas alianças feitas no processo eleitoral, não consegue êxito para dirigir o seu município.
Como transitei muito nesse meio nos oito anos como deputado estadual, vi de perto essa realidade afrontar muitos chefes do Executivo. É preciso destreza, e uma certa maturidade política, para correr atrás das parcerias e viabilizar os recursos. O governo federal, bem como o estadual, lançam seus programas habitacionais com frequência, mas nem todo município consegue ser contemplado ou não recebe a quantidade suficiente de unidades que aliviariam o problema do déficit habitacional.
A falta de planejamento e de qualificação contribuem para esse cenário
Para reverter esse cenário desfavorável para a habitação que perdura em Rio Verde é preciso planejamento público, reforçado pelas parcerias, como exposto acima. A prefeitura municipal tem uma arrecadação milionária e precisa saber empregar os recursos de forma que todas as áreas sejam contempladas, sobretudo as que estão mais necessitadas.
Além disso, outro ponto que o próximo gestor tem que priorizar, com rapidez, é o investimento em educação profissionalizante. É necessário proporcionar capacitação profissional a fim de qualificar os moradores e permitir que eles ocupem as centenas de vagas de emprego viabilizadas pelo agronegócio que são geradas no município.
Nossa cidade é próspera, desenvolvida e cresce de forma acelerada, mas essas referências perdem o sentido se a população da cidade, que trabalha e viabiliza essa pujança, não tiver condições de viver dignamente e acompanhar a qualidade de vida do município. É preciso um olhar mais atento do poder público para incluir a população de Rio Verde no mesmo contexto favorável dos números e cifras que ela produz.
O alto custo de vida de Rio Verde acelerou o déficit habitacional
Esse problema social acomete basicamente todas as cidades brasileiras, mas fica mais acentuado quando o custo de vida aumenta significativamente e a população fica sem opção de melhorar sua renda, seja por falta de ações do Poder Público ou por falta de qualificação. Nesse caso, as vagas de emprego que surgem no município acabam sendo ocupadas por pessoas que vêm de fora, tirando a oportunidade dos rio-verdenses de aumentar sua receita.
Será um desafio para o próximo gestor investir em habitação para reverter o déficit habitacional e impedir uma migração forçada da população para outros municípios goianos. Rio Verde, com toda sua força e expressividade, não pode ser refém da falta de planejamento e oportunidades.
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