Questionado pelos produtores rurais sobre a possibilidade da retirada das matérias da pauta de votação, o presidente da Alego justificou que, mesmo considerando os projetos injustos, não poderia infringir o Regimento Interno
Forte defensor do setor produtivo, sobretudo a produção rural, e reforçando o seu posicionamento contrário aos dois projetos de lei que visam taxar o setor do Agronegócio, aprovados em segunda e definitiva votação nesta quarta-feira, 23, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD), lamentou a votação favorável às matérias, mas justificou que, em respeito ao Regimento Interno da Casa, não poderia retirá-la da pauta de votação. Segundo ele, mesmo considerando injusta e inoportuna a taxação do Agro goiano, manteve a sua conduta democrática e de respeito ao voto da maioria.
“Eu defendi e lutei a toda hora pela não votação desses projetos. Até porque eu acho totalmente injusta essa taxação aos nossos produtores rurais. Agora, como presidente do Poder Legislativo e respeitando sempre o Regimento Interno, eu não poderia retirar essa matéria da pauta. Eu tenho que ser democrático e reconhecer a vitória da maioria. Respeito o Executivo, mas tenho a minha opinião formada sobre essa matéria, fui contra e continuo sendo contra esse projeto”, explicou Lissauer.
O presidente da Alego salientou ainda a atuação republicana e de diálogo priorizada ao longo de toda a sua gestão. “O Poder Legislativo sempre esteve fortalecido e nós sempre defendemos, primeiramente, o cumprimento do Regimento Interno: dar direito e voz aos parlamentares da Casa, sejam eles da oposição ou da base; e defender os interesses do Legislativo goiano, e isso eu sempre fiz durante toda a minha gestão”, destacou.
Por fim, Lissauer relembrou que, à frente da presidência da Alego, respaldou, em muitos momentos, diversas matérias polêmicas enviadas pela governadoria, mas que tem a sua posição, principalmente, no que tange ao agronegócio goiano. “Em muitas matérias polêmicas eu estive ao lado do Governo, mas neste momento eu entendi que esse projeto não era oportuno. Eu defendi a minha posição como deputado, mas como presidente eu tenho que dar o bom andamento às matérias e assim nós fizemos, de forma democrática e respeitando o Regimento Interno”, completou.
Projetos de Lei
As duas matérias enviadas pela Governadoria do Estado e aprovadas em definitivo na Alego impactam diretamente os agropecuaristas goianos. Uma delas visa criar uma contribuição de até 1,65% para setores do Agronegócio e a outra cria o Fundo de Infraestrutura (Fundeinfra), para a aplicação dos recursos da taxação em construção e reconstrução de rodovias estaduais.
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